Eu  te amo,   mas diferente,  não  me dou,  só  recebo

Nossa relação  não  é uma via de mão  dupla,  só  única

És  tudo  pra mim, és minha posse . . . tens dono  eu !

Vives pra me servir  do  mais fino  ao  mais  grotesco  detalhe

Tens uma missão;  advinhar  meus  desejos

Todos os meus desejos,  do  mais primitivo  ao  mais lascivo

 

Eu  te quero cada pedaço,  cada molécula,  cada retículo

Absolutamente toda pra mim,  sem   resalvas  só  reivindicações

Não  sabes  que vives,  sabes  que  vivo  e  basta

Teus sentidos existem  como  extensão  dos  meus

Máximos  sacrifícios   pra  me   permitir  plenitudes

 

Eu  preciso  completamente de ti.  Vampiro  na veia do  teu  corpo

Eu  preciso  da tua vida  e  espírito   pra minha vida

Eu  preciso  da tua vida  e espírito  pra minha  morte

E  quando  chegar a hora,  para morrer  em  teus  braços 

E  ao  me levares para o  túmulo  não  voltarás

Irás virar um  anjo  de pedra   bem  em  cima  de onde  estarei

E  na  lápide  a   inscrição  em  metal  dourado:

Aqui  jaz  homem,  que amou  mulher  de sorte . . .   muita  sorte  

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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