Quando esta tudo na balbúrdia,
Sempre sabemos onde cada heterogênea peça esta,
Um pé de uma meia,
A toalha de banho,
O poema em papel amassado
Em letra feia,
Ou até mesmo a chave da porta,
Num dia atrasado,
Tudo parece voar,
E sempre esquecemos
Algum material que irá usar,
Mas de algum modo esta em ordem,
De algum modo nos entendemos,
Mesmo na balbúrdia nos achamos
Na bagunça de ontem.
 
Esta tudo em sincronia,
Dobrados em ordem de uso,
Quadros bem postos,
A impressão ao acordar,
Que minha cama bruniu
Sem meu mandar,
Cada cabide com sua peça,
O papel debaixo do cobertor
Junto a minha cabeça,
Traduzindo uma noite de furor,
De toda aquela louça.
 
Mas se não fosse pela balbúrdia,
Não conseguiria me encontrar,
Do jeito que impostas
São o meu porto seguro,
Minha maneira de me julgar,
Encontrando-me quem sabe
No claro ou no escuro,
Em cima da cama,
Ou debaixo dela, eu te juro,
Ali me confrontei,
E sai vencedor
De minha própria bagunça.
 
 

São José dos Campos