Mistério do Viver

Pela manhã,
Mesmo antes do sol nascer
Minha geração  com fantasioso  afã
Inicia a caminhada  pelo seu sobreviver.

Ônibus, trens, navios, aviões ou metrôs lotados
Carros simples ou de luxo
Comprados com o sague vertido em suor
Nem sequer julgam ser mais um dia, 
Fim da eterna fantasia
Sendo seu dia o útimo ou talvez o pior
Pois no meio do intenso fluxo
Tem muitas vezes barrada
O anceio  de sua chegada
Visto que a morte espreita ruas e quarteirões
E balas perdidas que cruzam assassinas, multidões
 

A cidade não pára
Seja de dia, noite, madrugada
Indiferente à  camada social que as separa
Minha gente é uma massa só sem ao menos perceber
Que um passo, é mais que um passo
E sim  apenas,  mero caminho na indubitável chegada
Último escaninho da Eterna Morada.

Entre o riso, a felicidade e a dor
A cada passo mais dela nos aproximamos
E por mais que estejamos amando ou odiando
A mensagem secreta do murchar de uma flor
Reflete o lugar para onde caminhamos.

Meu dia tem sido assim
Esta mistura de mel e fel
Porém, bem sei que tudo faz parte do meu "enfim"
Complemento do meu começo, meio e fim
Na tormenta dos infernos ou mansidão por vezes do Céu.

Pouco me importa que tudo seja tão emblemático
Se me julguém sábio poeta ou lunático
Pois na verdade, viver é mais que  Fantástico
E da maneira que seja e venha meu dia
Sou capaz de transformar  tudo em doce poesia
Fruto também, da minha eterna fantasia
Já que do meu viver, sou mesmo fanático
E por isto vivo assim
No desvarío da vida sem pausa ou fim.


 

Patricio Franco
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