Cada pequenino momento da minha vida,
É pequenino pedaço de alma num espelho refletida
Que mais  parece uma enorme porta aberta
Numa  infinita estrada deserta.

Imágens de pessoas,
Coisas tristes e boas...
Uma música que vem distante me fazendo  relembrar
Um tempo de amar, viver e sonhar...

Relembro  cada encontro e cada despedida;
Como momento de chegada e hora de partida
Pois tudo é tão vivo e claro em minha mente
Que dá até para ouvir o barulho daquela gente
Daquelas pequenas coisas que o tempo não levou
Mas, enraizada em minha alma ficou.

Lembro da imensidão da minha solidão
Quando terminou meu primeiro amor
E como viví com fulgor
Cada pequenino detalhe de um louvor
Dentro de uma pequena igreja que parecia o Paraíso
Pois até dentro dela você podia ouvir meu riso...

Lembro do gosto do sal que em minha boca caía
A cada vez que eu chorava e sofria...
Mas lembro também das vezes que chorei de rir
Levando a vida   também me divertir.

Não quero escrever poema
Que tenha apenas  como tema
A  dor cremante e plena da saudade
Pois se elas existiram ou existir
E na minha alma persistir
Só eu sei o quanto  gozei da vida
Até da forma  mais atrevida,
Da maneira  mais irriquieta e na doce plenitude
Do  explendor  da minha juventude.

No dia em que eu partir
A vida não irá parar por isso
Pois,  enquanto eu estiver rumando ao Paraíso
A Natureza vai continuar  a existir
O Sol, a lua e as estrelas vão continuar a brilhar
E decerto como eu,
Outro poeta ou poetisa que nasceu
Virá  tomar meu lugar
Visto que a fantasia e a poesia vão continuar a existir
E nem  mesmo o tempo vai conseguir apagar.

 

Patricio Franco
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