Correndo no Escuro

“Correndo no escuro”

Muitos passos á minha frente,
E todos eles feridos pelo passado
Absolvido fui, pela falta de orgulho e o desespero repetitivo,
De novo, o medo de olhar para baixo me diz algo em voz baixa,
Que eu não consigo lembrar da ultima vez que me foi dito a palavra mágica:
Autodestruição!

O salto de cima daquele prédio não fez doer meus dentes tortos,
Nem meus olhos já tão secos, voltaram a chorar,
Regenerado meus pulmões podres pela fumaça
E as pontas dos dedos queimados,
Trazem-me á um mundo divertido, do perigo do suspiro falso,
Á desconsolação da solidão.

Então, ouvi alguém me chamar para a escuridão,
Que me pareceu tão bela calma e tão mais mórbida que minha mesmice diária,
Corri em direção ao nada,
E nesse ato me vi á sorrir de novo...

Correndo pelo escuro,
Sem ver nada, apenas sentindo os estilhaços e as dores cortantes,
Tudo pode ser bem melhor,
Mas de que vale viver de olhos fechados?

Auto-rejeiçao?

E a retaliação da minha pele frágil e branca, cor besta!
Sangrando e correndo,
Para o nada, sabendo disso, a tranqüilidade não quis sair de mim,
Deixei-me levar pelos movimentos da vida e da mente
Acreditando apenas nos cortes e passos.

Muitos obstáculos, visíveis, mas tão invisíveis aos meus olhos perturbados pelo escuro,
Com o rosto machucado,
Meus olhos vazaram,
Então, me caiu à maldição de enxergar o que havia á minha frente,
Desmoronei,
Gritei,
Mas ninguém me acudiu,
De novo...

Em um buraco psicodélico me atirei,
Para afogar minhas magoas e pensamentos idiotas
Profundo ele parecia ser,
Mas não era!
Então mais uma vez eu dei com a minha cara robusta no chão,
A vontade de morrer não quis se separar de mim,
Então resolvi levantar e correr para fora daquilo tudo,
Mas não consegui, e permaneci no meu lugar, como tudo deve ser e estar em seu lugar!

Carbon kid
([email protected])
16/08/06