FARISEU DE MERDA
Eu vi alguem globalizar no horário nobre das suas idéias
E depois puxei a descarga.
Seus trapos de imundície de linho fino importado
Não escondem a nudez do teu evangelho equivocado
Se Ele descesse agora e ligasse a TV
Te perguntaria se a tua profecia consegue
reunir uma multidão no cemitério de mortos-vivos
Maravilhosos e excluídos atrás do cachimbo.
A tua luz está pra ser cortada; porque voce não paga a conta?
Porque voce não gosta de andar com os vencidos.
Os vencidos? Estes que procurem a morte para abraçar
Porque o teu abraço é muito caro.
Enquanto muitos se perdem no labirinto na frente da tua varanda,
voce dá uma moeda e fecha rápido o vidro do carro.
Notívagos perambulando ao meio-dia com sede
e você bêbado de coca-cola desconhece a Água da Vida.
Classifica e pejora. Não quer comunhão com um Serial Killer;
è mais fácil catequizar suas próximas vítimas.
As putas abraçam seus desiludidos porque não tem luz no quarto.
Os noiados abraçam a polícia, mais humana do que as lágrimas depressivas
da tua mulher.
Teus livros de sucesso não são lidos pelos enormes travecos não-aceitos
nos bancos do teu teatro.
Suas calcinhas rendadas não são entendidas, não são ouvidas.
As hemorróidas sanguinárias no teu único olho
fedem mais do que o cadáver do viciado jovem que atrasou o trânsito.
Monstros sagrados traficam a única sorte, porque a tua droga é impura.
Os ossos secos dos malditos te enojam porque te roubaram cem reais.
Os clientes do Diabo precisavam de um abraço de despedida.
O teu cristianismo seletivo organiza a fila para o inferno.
Você oferece pão e o Pão da vida mofa dentro da tua boca enferrujada.
A droga de vida está a um metro da tua piscina, onde voce lava suas mãos.
O isqueiro é a única luz que a imagem e semelhança de Deus tem, sentada
Nos becos da pedreira, aquecendo seu sangue para os ratos beberem.
Quantos ressucitados pagarão a viúva do morto-vivo ignorado
no retrovisor da tua consciência cristã?
Cento e cincoenta homens numa cela se revezam para dormir o sono eterno
Enquanto voce esconde a Liberdade debaixo da cama.
Será que a camisinha vai evitar a gravidez do crack nas mães solteiras
prêsas no escuro?
Onde está a luz?
Com certeza iluminando a tua casa de incertezas, enquanto o teu amigo
está arrastando multidões nas pedras e nas carreiras dos pós batizados.
As mulheres vendem a bunda porque já venderam a esperança.
As pilhas da tua lanterna estão fracas.
Nos guetos assombrações perfeitas choram lágrimas secas pela fumaça ,
Sentados, aguardam a secretária agendar o horário na tua agenda.
Teu sal sem gosto parece mais a areia onde o sexo faz topless e a desgraça
faz cooper.
Fariseu de merda, que não fala a língua dos excluídos,
no dia do acerto, é melhor levar a conta de luz.

 

waldir salum junior
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