Peguei-me na insistente trapaça que minha mente aludiu ao tempo em que podia sonhar de maneira pura, nada era obstáculo, não temia o vento, a tarde quando o sol se deitava, era para recordar que sem a noite eu não vivia.
 
O espírito de rebeldia não matava, simplesmente aquecia, a responsabilidade era raridade, sonhar com o futuro não se podia, as pessoas a minha volta não esperavam por nada, pois o preço da liberdade inexistia.
 
Para mim o dia a nada influenciava, a noite então, servia apenas para dar um refresco, um ato impensado e seu eventual acerto de contas era piada, sofrer ou praticar algo errado era barbada, isso era meu respirar, e o espelho, meu aconchego.
 
Foi então que acordei e percebi que a minha vida nunca fora uma jornada, foram apenas passos mal feitos, envergonho-me até de minha fala e acho que nem perdão eu mereço.