Ainda que tentasse, não saberia medir o tamanho de uma saudade.
Diferente no peito de cada um, só há como sabê-la se nos dispuséssemos a calcular o vazio que ocupa o espaço de quem dela se  ressente.
Acho até que o peito cresce para que caiba  essa dor que lateja, aperta o lado esquerdo da gente.
Saudade é lança que atravessa a alma, fere, sangra o que essa falta preenche.
E não há remédio que a cure, paleativo sequer que amenize essa carência.
A não ser que num repente, chegue num abraço forte, quente, o ausente.
A não ser que apareça novo alguém e arranque sem ferir,  o que tanto dói, com jeito, fique para sempre.
Que traga a cura, afaste o sofrimento, ocupe o pensamento.
A não ser que o inesperado chegue tão furtivamente, sem prévio aviso, invada o coração, tome para si sentimentos,retire com doçura essa ausência e dentro coloque novo bem querer.

Maria Isabel Sartorio Santos
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