SONETO DO AMIGO

 

(Francisco de Assis Silva)

 

Enfim, depois de tanto erro passado 
Tantas retaliações, tanto perigo 
Eis que ressurge noutro o velho amigo 
Nunca perdido, sempre reencontrado.

 

É bom sentar-se novamente ao lado 
Com olhos que contêm o olhar antigo 
Sempre comigo um pouco atribulado 
E como sempre singular comigo.

 

Um tolo igual a mim, simples e humano 
Sabendo se mover e comover 
E a disfarçar com o meu ledo engano.

 

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...