Ah... se eu pudesse amar aquela que amo todos os dias. Eu a amaria.
Se eu pudesse sentir seu perfume, seus cabelos macios. Não vacilaria.
Eu queria amar o amor sem conflitos, aflito, como queria.
Ela vive nos meus pensamentos, num molde, um tormento, quiçá ela existiria.
E baila, sorri, conversa comigo, me conhece e me beija. Eu a materializaria.
Até sofrer a ausência dela no minuto distante. Isso me permitiria.

Ah... se eu soubesse amar aquela que me ama todos os dias. Eu a entenderia.
Se eu quisesse deixar meu perfume à ela, seu sentir. Não proibiria.
Ela teria o amor por amar o conflito aflito, como seria.
E viver a presença do segundo no minuto tão perto. Isso ela teria.

Mas eu sei que não é esta que me ama o amor da minha vida.
Eu lamento a lamúria dela todos os dias.
Quiçá poderia encontrar um amor desse jeito, do jeito que eu precisaria.
Viveria mil anos por ela, nela que eu sei que me valeria.

Ah... como sou triste por ter sido vazio nesses dias.
E no silêncio minha dor se respaldaria.
Eu mereço a solidão, obra minha.
E calado eu sigo. Sem alegria.

Ah...
 

 

Brasília - DF