Poema: A mulher da minha vida

Acabei de passar pela mulher de minha vidanum cruzamento de olhares, ela sentada nos bancos azuis na entrada do ed. Paccini a conversar com um senhor, este de costas para mim, esbelto, pareceu-se ser alto, talvez o pai da moça.
Ela aparentava não ser baixa, clara, olhos acesos, beleza eterna, cabelos lisos, claros.

Acho que estava num vestido azul mais escuro, não recordo, só sei lembrar dos olhos dela fitando os meus. Olhou-me nos meus profundos olhos, seguiu-me até que a porta do prédio nos rompeu a energia dos olhares.

E eu fui para rumo ao elevador, levando a mulher de minha vida nos meu pensamentos, já morrendo de saudades, num sentimento de que talvez nunca mais nos veremos de novo.

Talvez nem seria a mulher da minha vida,  por mais que a entrega dos olhares na energia do querer fosse intensa e hipnotizante.

Talvez seria meu pior pesadelo, alguém que por amar demais morreria de infelicidade.

Quiçá não fosse o pai da bela mulher, que aparentava seus 26 anos, seu marido, vai saber...

E eu nos meus 43 aqui num conflito absoluto,  interno e no silêncio igual ao timbre de minha duradoura solidão.

Sigo meu caminho,  ela seguirá o dela, talvez pensando em mim, talvez nem tenha sentido nada. 

E amanhã já será sábado de carnaval.

Rodrih
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