O que quero ver da vida!

 Num vôo solo
Viu que ao casulo
Não voltaria
Nao sabia
O tempo que 
Viveria

Na liberdade
Deus rasantes
Sobre campo
Florido
Beijou a flor
Sugou o néctar
Preferido

Na liberdade
Entendeu
Que pra ser livre
Não era apenas
Deixar de ser larva
Ou sair 
Do breu

Do alto
Vendo cores
Nas plantas
As mesmas
De suas asas

Percebeu que 
Que de nada
Adiantaria 
saber
Quando em 
Algum lugar
Seu pequeno
Corpo repousaria

Passou a vida
A descobrir a cada 
Amanhecer ou
Anoitecer
Que breve é a 
Passagem
Que amplo
É o mundo

Que a oportunidade
Lhe foi dada
Que poderia ser 
Tudo ou nada
Mas voou 
E posou

Embarcou numa
Viagem
Onde o que vale 
A pena
É ir e voltar
Pra onde
O olhos mirar
E o coração 
Palpitar

Deixou a vida levar
Só flores
Viu
Do casulo esqueceu
E ainda tenra
Sucumbiu

Ricardo Muniz
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