Tenho um sagaz Rottweiler, da vizinhança, o terror,
Por ser forte como um touro, resolvi chamá-lo Bull.
Seu pelo negro e brilhante, ao sol, se faz multi-cor;
Apesar de ser passivo, seu olhar é meio "cool".

Inteligente e forte, valente como um leão.
Se olham muito prá mim, já fica desconfiado.
Fidelidade canina é fato sem discussão;
O meu regresso lhe deixa, feliz e realizado.

Às vezes late e me tira da paciência o limite.
Como todo ser humano, sou um pouco egoísta;
Quando ralho, logo logo me manifesta um palpite:
Está querendo falar-me, não conseguindo, se irrita.

Tem um olhar meio triste, que só os cães sabem ter
Mesmo feliz e contente, os olhos a vigiar,
A alma desse canino, pelo olhar se pode ver.
O que será que ele pensa ? Fico eu a imaginar...

Dizem que os cães não amam, têm instinto e devoção,
Não raciocinam nem sentem na perda uma grande dor;
Não concebo os fundamentos de tamanha presunção,
De achar que só humanos, são privilégios do amor.

Um cão que devota a vida em função do pröprio dono,
Nos faz pensar no absurdo e até desalentador;
Descaso de não cuidar, deixando ao abandono,
Quem lhe dedica uma vida, e só pede em troca, amor...