Herói de mentira (2)

Mas a ilusão é traiçoeira e poderosa
Traz violência à mente despreparada.
E apresenta imagens sempre perigosas,
Induzindo-o a imitar a bandidada.


Vai até o quarto, pega a arma do pai,
Põe na cintura e sai prá rua, corajoso.
Entra no bar, bebe, paga, cospe e sai;
Já não controla mais o dedo ansioso.


Vê um casal, na rua, e pede o dinheiro
O namorado tenta, em vão, lhe distrair,
Mas o gatilho do menino é mais ligeiro;
Tomba o rapaz , sangue no corpo a se esvair.


Corre o menino, vem chegando a viatura,
E, sem saber direito o que aconteceu,
O guarda atira, com a mão firme e segura;
E atinge o alvo: nosso herói aqui morreu... !