Estou indo no meu barco com mil impressões dos lugares por onde passo.

Construo em minha mente outras mil vontades de mudar o rumo, de voltar, de seguir, de parar.

De onde venho? Para onde vou?

Ah, diviso, com minha esperança sempre aguçada e meus sonhos mil, tantas paragens, e retornos, e caminhos à frente!

O que faço: paro, volto ou prossigo?

Sei que isso são apenas conotações de voltar, parar, seguir, que permeiam as decisões de quem caminha. Não caminhasse, obviamente não haveria decisão alguma a ser tomada. Só a morte é assim, definitiva. 

Sei disso, contudo, não consigo desvencilhar-me do medo de parar, retornar ou seguir. 

Sinto a alma inquieta, mesmo diante da aparente calmaria das águas, que levam meu barco, e não vislumbrar, no horizonte próximo, qualquer alteração das minhas idiossincrasias. 

Pondero, retrocedo, revolto-me.

Inobstante esta inquietez , o barco segue, como se seguir fosse seu único trajeto...  

Luiz Carlos
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