Livre para partir.


 
Vai! Mesmo consentindo o que não quero,
Seja feliz. E é isso o que mais espero
Ainda que se esvaia meu coração sincero,
Quando se parte, sem lhe querer deixar.
 
É vai. Tem o direito de tomar seu rumo,
Sou consciente e sei que me acostumo,
Preparando um bouquet de flores que perfumo,
Juntando pétalas caídas no estradar.
 
Vai. É uma nova vida. Um recomeço.
Estrada limpa, rota sem tropeço,
Incluindo um lar, um novo endereço,
Com novos sonhos e novas sensações.
 
Um renascer de quem não está morta,
Buscando o abrir de uma nova porta,
Que talvez ilusoriamente lhe transporta,
A possibilidades de outras paixões.
 
Vai. Todos nós estamos com razão.
Os que ficamos. Também os que se vão,
Os que dizem sim, os que dizem não,
Mas corajosamente ousam se decidir.
 
Vai. Mas quando chegar olhe pra traz,
Pois nem tudo aquilo que nos satisfaz,
Nos conduz à tão buscada e esperada paz,
Sobretudo para àqueles que vivem a partir.
 
                      Lannes Almeida.

 

Santa Cruz Cabrália, 19 de maio de 2009

Lannes Alves de Almeida
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