Perdoe-me, sim, o tagarela de plantão
Que não pára de falar, como uma arara!  
O egoísmo é seu parceiro, não a razão,
E o silêncio para ele é uma coisa rara.
 
Ninguém pode interromper a sua fala,
Mas a de outrem ele corta a toda hora,
Fala até pelas narinas, não tem escala,  
E só pára mesmo quando vai embora.
 
Não por acaso, existe uma palindromia
No vocábulo arara, e, então, se encerra
Esse dom de falar muito, em demasia!
 
O “cabrito que é bom quase não berra”,
E eu prefiro ficar sempre em calmaria,  
Visto que “quem muito fala, muito erra”!
 
Autor: José Rosendo

Nazarezinho, 13 de dezembro de 2006