LEMBRANÇAS EM PRETO E BRANCO

Quando as chuvas de dezembro chegar,

estarei aqui,olhando o horizonte

cinzento e tenebroso.

A porta estará aberta e as janelas também,

para que eu a veje chegando de longe

entre o vento a espalhar seus cabelos

pelo ar e a lamber esse teu corpo

pequeno e lindo.

Quero vê-la entrar,me abrace,

me beije e me diga

aquela frase que me fez homen, sim,

o teu homem de uma vida inteira...te amo!

Quando as chuvas de dezembro chegar,

estarei sempre sozinho...sim,sozinho

com as lembranças de nós dois e sei

que você nunca vai chegar,pois

nada será como foi,pois tudo se foi,e foi vivido e foi deveras lindo.

O passado meu e teu,é restias

de lembranças nas paredes de minha conturbada memória,

onde eu as alimento todos os dias

entre vivos e mortos na necróple da cidade,

e te vejo apenas em um nome,entre

datas de nascimento e morte.

A morte...te levou de mim.

A morte...é tudo que me lembra você.

A morte...é cruel e me fez homem, me fez lobo

solitário nesse mundo estranho em preto e branco...nessas

lembranças estranhas em preto e branco.

Charles Feitosa de Souza
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