NO SILÊNCIO DA NOITE QUENTE

Entre sussurros e gemidos
No silêncio da noite quente,
Dois corpos despidos
Entregavam-se a um amor ardente.
 
Na volúpia do desejo,
Palavras das bocas
No calor dos beijos,
Quem entende, são palavras roucas!
 
Corpos que se amam com loucura...
Juras que são feitas no silêncio a dois
Cada gemido representa uma jura,
Que serão esquecidas depois.
 
Eu nada entendi no sussurro dos amantes.
Eu estava no quarto ao lado curtindo solidão
E não vivia os meus momentos mais brilhantes,
Ali no escuro lamentando o fracasso de uma paixão
 

Imaginem o suplício de Tantalo! Foi o que senti solitário remuendo o meu fracasso e tendo de ouvir os arrufos de dois pombinhos. Mereceria eu maior castigo?

Em tarde quente de Primavera.