HETERODOXIA DO AMOR

 

 

Quantos são os poetas que falam de amor!
No supremo desejo de com ele fazer rimar,
Desnuda sensibilidade com tamanho rigor,
Assertiva infesta que não posso concordar.

Referencio-me ao prolatado incondicional,
Pois não há fronteiras para o seu expressar,
Entendo-o como o maior, único e universal,
Dos sentimentos que jamais urgirão a ornar. 

Fugidio desta paradoxa e funesta dicopodia,
Nunca houve condições a quem o declarar,
A restrição é fruto da abominável heresia.

Amor universal é o único que aprendi a falar.
Nas trovas que rimo sob a fagueira harmonia,
Eu amo, sem pretexto de não o condicionar. 

Rivadávia Leite