Meu Velho

Meu velho que te amo tanto,

Marcado pelo tempo já não controla mais o pranto,

Tanto de ti aos teus destes,

E os teus hoje de ti esquece,

Tão grande de tamanho e de dignidade,

Encharcado  em tua simplicidade,

Mergulhado em tuas lembranças,

Deste-me o melhor presente como herança,

Lembro-me quando ensinavas-me a rezar,

Quando trazia-me balas,pirulitos,suspiros cor-de-rosa pra me alegrar,

Em tua proteção sentia-me segura,

Mesmo tão severo via em tua alma tanta brandura,

Ainda que semi-analfabeto foste minha melhor escola,

Mas o tempo como um risco corre sem demora,

O que ensinaste-me com tanto afinco e amor,

Aprendi e espero passar nas provas com louvor,

Cuidar de ti não é obrigação,

Prá quem ensinastes a ouvir o coração,

Não chores  meu velho e não temas o perigo!

Sempre,sempre  estarei contigo.

 

Luciene Arantes
© Todos os direitos reservados