Lá vai o vento levando
As folhas ressequidas da árvore torta
E eu, só observando,
A dona limpando a soleira da porta.
 
O assovio do vento soprando...
Nem sei se mais alguém se importa
A dona com as mãos nas costas, arfando,
Não só a árvore, a coluna torta.
 
Que tipo de folhas ressequidas o vento levaria
Da árvore torta, a dona que varre
A soleira da porta?
 
Que tipo de lembrança ela deixaria
Nem sei se alguém mais se importa
Com a dona varrendo, ou o vento soprando
 
Ou a vassoura da dona, ou a própria porta.

Bianca Goulart
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