Quando imaginei que minha vida já estivesse no auge de sua felicidade,

recebo uma ligação desconhecida.Ao dizer "alô", a voz se torna familiar...

Emudecido por alguns segundos, ouço uma segunda vez "alô"...

Totalmente arrepiado e com o coração a mil por hora,

respondo meio que gaguejando "alô...não acredito que é você..."

Sou surpreendido por uma deliciosa risadinha, daquelas que eu só ganhava

quando fazia a coisa certa.(E eu havia apenas atendido ao telefone...isso era bom sinal).

Dentre outras coisas, conversamos, relembramos que foi feito ou deixou de ser,

o que se passou durante todo este longo tempo distantes.O curioso nisso tudo foi que,

em todos os nossos melhores momentos, a lembrança surgiu como assunto simultâneamente...

Era um assunto se encerrar e a emenda era feita como uma espécie de "transmissão de pensamento",

falávamos juntos, sorriamos juntos...e nos calávamos neste mesmo ritmo...

Após uns quarenta minutos de conversa sem pausa, você me pergunta:

"E aí, gostou da surpresa?"...(ela não precisava perguntar, pois já era óbvio.

Porém fazia questão de ouvir da minha voz).

Eufórico, embora tenha pensado por mais de cinco segundos para medir as palavras,

deixei escapar: "E você tem alguma dúvida?"(E ai o arrependimento bateu...

Não pelo que respondi, mas pelos cinco segundos que permaneci calado,

me privando de aproveitá-los melhor...agora já foi).

E ela: "Ah, que ótimo.Você não sai da minha cabeça sabia?

De uns dias pra cá, tuas marcas tem aflorado demasiadamente.

Não tinha mais como não procurá-lo.Não vejo a hora de te reencontrar,

entregar tudo aquilo que, desde quando terminamos, nunca deixou de ser seu...

Juro que tentei fugir, porém você foi (e ainda é) a segunda certeza da minha vida.

Desculpe só dizer isso agora, mas precisava "apanhar" um pouco da vida para que isso clareasse.

Volta pra mim?"

E a bateria do meu celular acabou...

Tony
© Todos os direitos reservados