Teu lábio,  meus sentidos,

Compasso dos desejos
Sem jugo das vontades,
Caudal de súplicas vorazes,
Às mancheias,
Deflora ânimos,
Rendição da alma.
 
A fluidez das tuas mãos,
Palmos de estradas,
Goles de distâncias,
Países dispersos,
Nuvens habitadas,
Um imiscuir de delírios,
Um arrastar de verdades
Do abissal dos instintos.
 
Do esgarçar dessa volúpia,
O amor não se questiona; vive-se;
Não se mede; compartilha-se.
Engrandece enquanto tece,
Fortalece quando fica.
Desfaz crendices,
Constrói mares de sonhos,
E deixa as folhas se contentarem com o orvalho
 
 

 

 

Elias neri
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