O TRANSEUNTE TARDIO

O TRANSEUNTE TARDIO

Toda minha alegria,
Foi com ela !
Foi até a fantasia,
Inspirada nela !
 
Quando ela partiu,
Levou meus sonhos.
Lá no longe quando sumiu,
Dos meus olhos tristonhos,
Lágrimas molharam meu rosto,
Queimando feito fogo.
Meus lábios então, sentiram o gosto,
Dos meus sentimentos em desafogo.
 
Se vai voltar, eu não sei !
Nem quero que volte !
Se por ela eu tanto já chorei,
Porque abusar da minha sorte !
Na rua deserta e escura ladram cães,
Um noctívago de passos inseguros,
Tenta espanta-los gritando imprecações
E segue seu caminho por becos escuros
 
Eu sou o transeunte tardio,
Que vai buscando a aurora.
Com lágrimas no rosto, não sinto frio,
Aguardo o meu momento, aguardo a minha hora,
Vou ressurgir das cinzas,
Recompor minha auto estima,
Não temo, nem chamas nem brasas,
Vou dar a volta por cima !   
 

Não vale a pena ficar remoendo um passado dolorido. O que ganhamos com isto, nada! So faz aumentar o tormento da alma ferida e não lhe traz nenhuma conformação, nenhum alento. Devemos sim, recompor nossa personalidade, erguer a cabeça e buscar novos horizontes porque a vida continua.

Em casa carregando peso da idade.