Lá se vai-idade!

Vai-se a idade,
E com ela toda a vaidade,
Que um dia querendo ser bela oprimiu a felicidade...
Que de tanto olhar-se insatisfeita ao espelho,
Perdeu sua preciosa juventude em mediocridade,
Esqueceu-se de que o tempo também fica velho.
 
Vai-se a idade...
E de que serve hoje a vaidade a qual um dia servistes?
Se agora as rugas cobrem a fase antes rosada,
Como o véu cobre a noiva que um dia foi namorada?
Para resgatar os anos perdidos as plásticas já não servem,
Não houve sentido em cada momento perdido...
 
Vai-se a idade...
E com ela se desvanece também a vaidade...
Vaidade tal que um dia de tanto preocupar-se,
Perdeu, de desfrutar da vida, a oportunidade.
Ainda que consiga amargamente arrepender-se...
Para voltar atrás já é frio e esta tarde.
 
Vai-se a idade...
E com ela todos os sonhos um dia abandonados.
A expectativa da imagem perfeita se vê agora desfeita.
Então porque deixamos tantas coisas de lado?
Aquela fotografia irreal da modelo anorexa e o jovem sarado,
Se vê finalmente apagada nas sombras de um passado.
 
Vai-se a idade...
E agora não poderá mais lucrar contigo a indústria da publicidade,
Tampouco as roupas de marca te têm como publico alvo.
Correram atrás de ti os fabricantes de remédio sem a menor sensibilidade.
Os únicos que permaneceram contigo por amor abnegado,
São aqueles aos quais o trabalho secular te teve por anos negado.
 
 
Portanto diga aos jovens que vivam sem remorso,
Pois os padrões abaixam a auto-estima e sacrificam a beleza da vida.
E os que já são maduros, que desfrutem seus anos sem tentar voltar à mocidade.
Pois cada ser é lindo dentro das características e fases envolvidas.
Porque então limitar a estética e transformar nossa realidade?
Não cedamos à futilidade... Pois lá se vai idade! E com ela, a vaidade...