Sentindo as coisas passarem
As cores desabrochando
E os rios morrendo
Nas catástrofes felizes
Com sorrisos infantis e sopros esperançosos
 
Quanto mais eu sinto isso
Mais eu gosto de estar flutuando
No ar ou no caos
Entre os prédios e ruas sujas
Consumo tudo que me convém
Eu me rabisco coloridamente por dentro
 
Nada como antes
Tudo ou Nada como o Agora
Gerando espaços infinitos
E questões tocáveis e transparentes
Eu quebro e desalinho
Os sorrisos mórbidos e as melancólicas tardes desse outono
 
As asas são selvagens
Na mesma intensidade
O vento corre pelos meus cabelos duros
E ouço a cada dia mais
O grito aspirado pela arte e pela cultura
 
Os goles e tragadas
Alimentam-me
No desvencilhamento dessas palavras gesticuladas
Eu vejo o meu coração
Com ele entalado na garganta ou sangrando em minhas mãos
E sei o quanto ele adora essa função
De voar, voar para longe
Eu sinto tudo!
 
Na minha volta
Ou no meu ar poluído
Posso chorar ou mergulhar
Pensando e refletindo no doce fim
E no amargo amanhã manchado e deturpado
 
Eu sinto as vibrações das minhas garras tortas
E os tremores das minhas pernas secas
E vejo na minha cara
Outro semblante brilhantemente fabuloso
Com os dentes rachados e um sorriso de capivara
Cada vez mais
A vontade de cantar imerge na minha solidão cristalizada
Mas posso regozijar, porque eu sinto tudo!
Estou vivo e não fedo!
 
CA-K:
30/04/2008
 
 
 

Quando eu quebrei o meu coração, pude ver o quanto eu queria estar a cada dia mais e mais quente e sorridente;

(...)

CarbonKid87
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