No quase nu,
Das horas,
Que a luz me trás a falta.
Vejo-te.
Arrisco-me olhar nos olhos,
Com desejo.
Desço ao  Hades,
Sem medo do pecado.
Vou harmonizando o tato,
Sentindo paulatinamente o cheiro...
Capim com terra molhada.
Fazendo inocente seresteiro,
Como no altar da Serra,
Entre as pedras,
Flores,
Espinhos e
Seios,
Que água doce derrama...
Da boca, para beber na boca o beijo,
Que o vício da febre louca arejo.
Fazendo a alma arder de cio nesse corpo,
Que almejo.
Como uma paixão...
Pura das matas daqui.

Raimundo Alberto Tavares Amoêdo
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