Deixe-me pensar um pouco_
Como seriam os teus sentimentos sem mim?
Ficarias perplexa com a minha inexistência?
O que de fato sentis hoje por mim?
Não me responda, não tenho dúvidas...
Mantenha-me vivo lendo um verso meu!

Faça uma pausa, feche os olhos e suspire_
Em minha memória pense um pouco em mim!
Não quero que sofras com a minha ausência,
Se chorares, que seja por mim o teu pranto...
Tuas lágrimas vertidas te trarão boas recordações_
Elas confirmam o quanto tu me amas...

Se alguém mencionar o meu nome n’algum discurso_
(Poucos serão os que se recordarão de mim)
Não estarei incluído no dia a dia das pessoas,
Nenhuma paisagem trará lembranças de mim...
Ouça com atenção quando citarem o meu nome,
Decifre a entonação que é usada... (?!) 

Quando te lembrares d’uma estória engraçada,
Que nos envolvia, ria até que os teus olhos
Fique marejado, o riso trás as melhores recordações_
Na tua gostosa risada estarei presente,
Vivo estarei nas minhas poesias que tu leres_
Os versos falaram por mim, até mesmo os não escritos...

Quem sofreria com a minha morte?
Não chore, não há como te consolar...
Mas, se não chorares a minha morte,
Nem tampouco sofreres essa perda_
Terei ultrapassado a última fronteira da solidão...
Penso: Sentirás minha falta por quanto tempo?

Hoje estou ao alcance das tuas mãos,
Os teus olhos ainda podem me ver,
Os teus ouvidos me escutar,
A tua boca ler o que ainda escrevo...
O mistério da existência revela o fim_
(O homem não permanece pra sempre)

Ao homem cabe duvidar e questionar,
Aceitar o que lhe for verdadeiro,
A morte um dia lhe convidará a partir,
Adentrar por uma porta aberta só aos mortos_
Pensar sobre isso não muda nada na hora de morrer,
A necessidade de respostas permanece interrogativa...
 

Jairoberto Costa
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