I
 
Não me acendam velas,
Elas não me servirão pra nada;
Sua luz não clareará o breu da sepultura.
Flores? Sim, me tragam_
Mesmo lembrando cheiro de morte,
Servirão para ornamentar o meu túmulo...
 
                      II
 
Não implorem nada por mim;
Não peçam nada por mim,
Já estou morto e sentenciado,
Recebi o meu salário devido_
Tive esperança, fiz o que pude...
Nunca agradei aos outros!
 
                      III
 
Não deixo nenhum desejo póstumo_
Apenas peço que leiam os meus poemas;
Então, todos lamentarão a condição humana:
No sono mortal estarei adormecido;
Sono que chega para todos os mortais...
“AQUI JAZ” _ Estarei sereno!
 
                      IV
 
Não permitam que nenhum hipócrita
Faça elogios falsos, eu mesmo não me conheci...
Que seja uma despedida simples_
A experiência de vida é muito laboriosa;
Viver é o maior desafio do homem_
Adeus... Adeus... AQUI JAZ!
 
                      V
 
Não acendam velas, não tenho crendices,
A penumbra do pesar já é suficiente...
Nos papéis ficam os meus sentimentos;
Ficam todas as mágoas; todas as paixões;
Todas as emoções vividas...
Adeus...  Adeus... AQUI JAZ!
 
 

Jairoberto Costa
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