No lume do espelho
Não vejo mais a alma.
O gosto da dor dilacera tanto o peito,
Que o grito latente enclausura nas veias,
Fazendo só ás lágrimas gemerem.
Já ando calado,
Com a voz entre os passos.
Mas sei que amanhã  hei de encontrar uma resposta.
Não adianta agora eu pensar;
Não adianta agora ficar sem dormir...
Sinto que te perdi.
Sinto que morri.
Não é pelo apego;
Não é pelo eu,
Mas por não ter entendido;
Por não ter enxergado,
Quão importante é a sua luz na minha necessidade.
Não há revolta,
Porque não não tem o que  reevindicar.
O nosso amor está ai;
Foi forjado nos braços de um anjo e
Desenvolvido na essência dos seios de uma mulher.
Ainda que você não me ouça;
Ainda que você não me queira...
Estou preso a esse sentimento,
Que no momento me permite ao menos identificar você;
Que  no momento me permite dizer que eu ainda te amo.
E que com último rito, esse ato,
Não será o fim de tudo o que a gente inventou.
A luz espera pela cor.

Raimundo Alberto Tavares Amoêdo
© Todos os direitos reservados