Desanda-se os beijos,

assim como desanda as águas secas de março e abril.
As sementes de sábado
e as mudas de chão
norteiam uma vontade de céu
e um olhar de tempestade
 Os domingos insistem na calmaria,
calmaria de outono,
De quem conta passaros,
de dia e estrelas a noite , do novo e do velho.
Por sombras de terças
e sóis de feriados
navegam-se suspiros ,
sonhos e felicidades raras.
Ignorando as ordens de uma racionalidade artificial,
escrevem um destino nas estrelas,
que só podem ser vistos por crianças e bêbados em dias de caos
E o caminhar das águas por entre nuvens escuras,
levam as estradas dos seus lábios aos meus,
criando uma união passageira de pensamentos de flores e esperanças de orvalho
 
 
 
 

ROBY CARVALHO
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