DETENTOS DA SAUDADE

DETENTOS DA SAUDADE

Atrás das grades te escrevo esta carta, meu amor,
É triste aqui, mas a sua fotografia esconde um pouco a dor.
A noite aqui é longa, dolorosa e extremamente gelada,
E só os versos disfarçam a insônia que me pega de madrugada.
Meus olhos se perdem e pergunto o que deve ser pior a Deus:
Estar trancafiado ou livre, porém longe dos lábios seus?
Cama de concreto, banheiro imundo, submisso aos vigias...
Matei o orgulho, matei a vergonha, agora pago nas noites frias.
Tantas loucuras! Desacatei a poderosa razão só pra te ver,
E ainda disse que quem ama não precisa dela pra sobreviver;
Dei um tiro no orgulho e com lágrimas de homem chorei;
Acertei a vergonha e na frente do universo ajoelhei.
Fiz tudo isso só pra você me prender no seu coração,
E você não prendeu, então continuei com a execução.
Tentei assassinar esse amor que sinto no meu peito,
E agora, por tentativa de homicídio estou aqui por direito.
Amor, tremendo de tristeza te escrevo implorando a visita do dia
Na cela 21, bloco da saudade, Penitenciária dos Escassos de Alegria.

 

*Imagem copiada do Google Imagens.

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