MALDITA IMPUNIDADE II
Passam dias, meses, anos
Com muita velocidade
E em meu peito vai ficando
Uma infinita saudade
Saudade daqueles tempos
Em que todos os momentos
Eram só felicidade,
Porém nos dias de hoje
Digo com sinceridade
O medo já tomou conta
De toda a comunidade
Por causa da violência
Que assola sem clemência
Toda a sociedade
Quando saímos nas ruas
Em nossa simplicidade
Levamos por companhia
Medo, em grande quantidade
Pois não sabemos o que
Pode nos acontecer
Em meio a tanta impiedade
Criminosos andam soltos
Gozando de liberdade
Assaltando e matando
Sem ter dó, nem piedade
E zombando da justiça
Trocam tiros com a polícia
Fogem com facilidade
Seqüestradores agindo
Nos quatro cantos da cidade
Ladrões de cargas roubando
Sem maior dificuldade
Estelionatários que dão
Golpes sujos e se vão
Na maior tranqüilidade
E os menores infratores
Delinqüentes, na verdade
Agem liberadamente
Não sofrem penalidade
Pois se a polícia os prender
Vem a justiça absolver
Porque são menores de idade
Nossas ruas andam cheias
De injustiça e de maldade
Traficantes que induzem
Crianças e mocidade
Que na sua adolescência
Usam drogas com freqüência
É a dura realidade
Estupradores tão vis
Fingem fazer amizade
Com crianças e adolescentes
Para sua infelicidade
Abusando covardemente
Da infeliz inocente
Com requintes de crueldade
Mas o que mais me impressiona
É a naturalidade
Com que cometem tais crimes
Com tanta brutalidade
Depois saem do local
Como se fosse normal
Uma especialidade
O povo já não suporta
Tanta desonestidade
É gente matando gente
Chacinas e mortandade
Nosso Deus já não agüenta
Olhar para esta Terra nojenta
E ver tanta desumanidade
Nosso País está sofrendo
Uma terrível enfermidade
É um mal que não tem cura
E de muita gravidade
E não é só aqui não
É em todo o canto da nação
Em toda localidade
Infelizmente temos que conviver
Com a criminalidade
Com profissionais do crime
De alta periculosidade
Só falta haver entre eles
Controle de qualidade
Pra ver qual deles está fora
Dos padrões da falsidade
Não posso julgar tais pessoas
Porque sei que na verdade
Cometem atrocidades
Não pela própria vontade
Também não posso dizer
Que seja necessidade
Que os obriga a fazer
Todo o tipo de maldade
Mas é porque são escravos
Do rei da iniqüidade
Deixe que a justiça os julgue
Com sua morosidade
Que afinal está perdendo
Toda a credibilidade
Simplesmente porque não
Agem com severidade
Deixando que predomine
A maldita impunidade
Enquanto nossos governantes
Não tem a capacidade
De impor leis mais severas
Que tenham a finalidade
De proteger nosso povo
E a nossa integridade
Pra que não haja invasão
Da nossa privacidade
Já que eles não dão conta
Decrete estado de calamidade
Pois o que o povo está passando
É uma barbaridade
Mas nós temos fé em Deus
E em sua infinita bondade
Que em breve, no fim do túnel
Veremos a claridade
Enquanto espero este dia
Presto solidariedade
A todos quantos foram vítimas
De tão vil deslealdade
Porque hoje nós sofremos
Mas temos dignidade
E em meio a tanto ódio
Não temos tranqüilidade
E a culpa disso tudo
É a maldita impunidade
© Todos os direitos reservados