A mente se perde em divagação,
Paraísos e infernos
De própria criação.
Pra que se movimentar?
Pra que se tempo é o que temos,
E tempo é o que falta.
Já é maré alta,
O corpo ocioso,
Oferece-se ao mar,
Sentidos e sensações
Encerradas no falso viver,
Conteúdo inútil,
Aparência perfeita,
Falseando passos
De forma perfeita.
Sedução apelativa,
Intensa e desonrosa,
No fim o jardim secou,
Sem água, sem luz, sem cravo,
Sem lírio, e ainda com uma rosa.
Rosa essa que
Existe sem querer,
E ainda se quisesse,
Não saberia viver.
Inspira o suspiro do poeta
Que não sabe poetar.
Sabe (apenas) sentir o odor da rosa,
Com lágrimas melancólicas
A seu rosto marinar.

Luan Mordegane Pupo
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