Vejo olhos que não vêem,
Olhos de um vazio distante.
Olhos que andam distraídos,
Ou talvez, olhos que busquem
Um sentido.
 
Pelo Sol nascente são guiados.
Pelo o amanhã são levados.
Talvez, simplesmente estejam cansados,
Ou, que busquem olhos para serem amados.
 
Contemplo uma face que não conheço,
Refletida da janela da própria alma.
Olhos penetrantes que desconheço.
Vêem uma vida passada,
Ou talvez, de um recomeço.
 
A hora passa, talvez por ela já passasse.
Quem sabe um sinal da distância,
Levados pelos anos de esperança.
Não saberei se por eles não olhei.
Só espero novamente revê-los.
Um dia olha-los.
Olhos que simplesmente brilham,
Ou, infelizmente já se fecharam.

Carlos de Souza
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