Era quase noite, crepúsculo
de olhos desejosos e perdidos no breu.
Unânimes, as constelações tramavam
artifícios no centro-alto do céu.
Riam dos brilhos falsos espalhados pelo chão,
dourados falsos na pele, colares e cabelos,
ouro vil, deslumbradamente forjado.

Dentro dos olhos, deflorando a íris,
ares de encontro deslizaram porvires.

Sobre uma orla toda de lábios inusitados
iam os anseios de marés cheias, intensas.
Lua crescendo, brindando os contornos noturnos,
vento varrendo as areias das praias e eu,
a invadir as serras, a caminho do mar.

São Paulo