Não, não venha.
Não siga estas pegadas
deixadas na lama.
Conclama tua liberdade
sem ser libertino.
Deixaste para trás
o menino de ontem,
de castigo, atrás da porta
a rezar pelo adulto que és.
Tanta sorte ou revés
margeando o caminho
e o menino reza, ininterrupto.
Um olhar abrupto se faz
ao soar do sino crepúsculo
e antes que a escuridão imposta recaia
ou vaia do vento retraia a visão,
eis que se fecha coração
à travessia da escuridão.
Deste breu que é noite,
muito pouco se pode enxergar
ou mirar com precisão o porvir.
Pressentir é luzeiro em meio a treva,
é amuleto contra o desconhecido.
Anda porém de posse deste
enquanto o dia não cessa,
conserva contigo a promessa
na imensidão da caridade.

São Paulo