O peso dos versos

 

No tempo em que a moda é a malhação,
Só malho os músculos da minha mente.
De longe contemplo a agitação
E escrevendo me sinto uma pessoa diferente.

Será que sou um jovem defeituoso?
Onde meus pais erraram na minha educação?
Em tempo de azaração sou fantasioso,
Prendo-me em sonhos e viajo na ilusão.

Enquanto levantam inúmeras barras de ferro,
Nem um quarto de força uso nesta caneta.
Coveiro diz: — Músculo eu enterro! —
Mas a poesia fica perambulando o planeta.

Meu punho se põe a acompanhar os aparelhos,
E só a minha mente carrega consigo a calma.
— Malhar é ter saúde! — Meus ouvidos atentos.
Meu sábio coração: — Escrever faz bem pra alma!

Muitas vezes sou criticado. Sei que grande parte das pessoas pratica exercícios tendo como meta a saúde perfeita. Entretanto, tenho conhecimento que alguns, principalmente jovens, procuram tirar proveitos "amorosos" usando seus corpos como objeto de sedução. Por não me enquadrar nesse meio, recebo críticas, viro alvo de gozação e até minhas poesias são caluniadas. Não escrevo fazendo-as de arma conquistadora. Escrevo pelo simples fato de amar o que faço.

Na frente de casa...

Rogerio dos Santos Rufino
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