Perfumada e louçã flor-de-lis
Peço-te pelo mútuo anseio infindo
Olvida o que desvairado fiz
 
E escancara teu sorriso lindo
E saiba que o que sempre quis
Antes que o tempo já fugindo
Roube de nós o instante de ser feliz.
 
Não permite que um deslize qualquer
Leve-nos a um estágio beligerante,
Pois deveras nenhum de nós quer
Esta luta vã ao amor infante.
 
Sê do sentimento arrebatador
Uma aliada destemida e paciente,
Que serei por ti diuturno lutador
Vez que breve é a vida e urgente
 
Carecemos desta liga, amálgama, mós
Para, feito a arte peculiar do oleiro,
Encher de vida esta escultura que há em nós
e se eternize na finitude do desejo.

08 de setembro de 2008