corre brisa fresca no amâgo da vida
recuando o calor infernal que incendeia a existência

soa buzina de um carro a engarrafar o destino
congestinado de desejos

rompe fumaça devastadora de uma fabrica
que polui e mata todos em tom de progresso

grita um desempregado no meio da multidão mecanica
num ato de desespero - ninguém o ouve - é a vida?

um ranger brusco de uma frenagem ecoa e a espanta
a plebe mecanizada - para - é a vida?

cotidiano continua nos esmagando aos poucos
e nós nem percebemos, e continuamos em frente..

Desterro, 1960/ Vila Embratel, 2008






Desterro,1978/Vila Embratel 2008

R.N.Rodrigues
© Todos os direitos reservados