Meu sorriso perdeu seu brilho
De repente
E agora o que vês
É apenas meu cristalino pranto
Brotando dos meus olhos
E escorrendo por minha alma...

Pergunta-me então o por quê?
Eu lhe respondo em vão
Que é apenas a dor
Que sino em meu coração...

Meu coração dilacerado
Pela lâmina fatal do amor
Do amor não correspondido
Desse amor bandido
Que apenas faz o pobre ser
Sofre, chorar...
E tentar continuar a viver

É uma luta constante
Uma batalha errante
Estou fraca demais para tentar
Erguer minha espada e meu escudo
Para me defender do mal
Que me persegue pelo infinito
Pelo infinito dessa minha trajetória
Trajetória de uma vida insignificante

Pois é isso o que sou
Insignificante aos olhos do criador
Sou uma criatura rota
Jogada no mundo
Pelas mãos do acaso
Alguém que nasceu para sofrer
Como um eterno perdedor...

Para viver e morrer
Na solidão, temida por todo ser
Que por pior que seja
Deseja alguém para lhe aquecer
Nesse frio inverno interminável
Em nosso vazio interior infindável

Pergunta-me então até quando?
Até quando permanecerei
Nesta angústia em mim inerente
E eu lhe digo que só do tempo depende
Pode durar até que se esgote
A fonte de minhas lágrimas
Ou pode durar até
O final do eternamente...

Escrito em: 27/06/2005, de madrugada...