Mas o verso me acompanha inda que eu corra...
Me persegue, me transcende, me transpõe,
Me invade, me inunda, me extravasa,
Me destrói... e depois me recompõe.
Mas a rima toma vida inda que eu morra,
E no silêncio que me tem eu ouço o verso
Que me tomba, me aniquila, me arrasa
E reconstrói-me: ainda o mesmo, mas diverso.
Mas a estrofe é muito mais do que eu concebo:
Faz que eu cante o som do riso inda que eu chore;
Faz que o sono me alimente e me devore;
Me dá vida muito mais do que eu recebo.
(Na poesia não arrisco, mas petisco,
Que parado eu sempre corro menos risco.)
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