O poeta converso chora o abraço,
Levando seus sonhos ao sono caído,
E nega a crença que tem pelo acaso
Que por obra do engano o deixou atraído.
Como pode esse mito tão falso enganá-lo?
Sendo dele a vida, a esperança e o motivo?
O poeta com verso tomba a razão,
Renegando sua fé e emanando heresia.
Coincidência, adorada no altar de oração
É estátua gelada sem alma nem vida!
Por acaso o poeta só chora em canto?
Puro amor ao contraste lhe traz alegria?
E por isso o poeta, converso, proseia
Na razão mais sublime de seus dissabores,
Reunindo pra si os seus muitos clamores
Ele ora a tempo pra ter o que anseia,
Dizendo ao Autor de seus planos alados:
-A Teu sorriso minh'alma semeia!
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença