Que tal publicar uma nova poesia?

Em que fale de teus desejos, dos teus dias

em que passas entre musgos e roseiras,

que sai a cumprimentar os que passam por teu caminho,

às vezes lado a lado, alguns tão sós, sozinhos,

falar das coisas que te cercam e te guardam,

teus abraços dados na boneca de infância,

a flor seca na página do teu livro preferido,

a mão desenhada pelo frio no vidro,

saiba que para isso a poesia foi feita,

que existe no enquanto de tua existência,

vaga e transparente aos poucos te aceita

ou te desnuda e te deixa nos braços da chuva

que cai numa noite de verão,

que te olha nos olhos e te faz a pergunta secreta,

aquela que te torna bruta pedra e terna flor,

ri contigo e te leva a guerras infindáveis:

ainda crê no amor?

Prieto Moreno
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