Ando pelas ruas e não guardo

os caminhos de volta.
Os sonhos podem me levar
para algum destino incerto,
não sei se voltaria...
 
Talvez, um amor não vivido,
um amigo que foi sem se despedir,
uma palavra que faltou ser dita,
uma mágoa que precisa ser esquecida ,
mas nem sei se me curaria.   
 
Vejo as pessoas com suas alegorias,
a correrem por cidades e mundos,
olhares rejeitando contatos ,
que me distancia, exclui, impede
que eu conheça as suas armadilhas.
 
Eu queria um gole de aguardente,
mas sei que não me bastaria,
eu preciso de uma fé que me cegue,
que me roube as incertezas,
leve de mim as avarias.
 
Um café, um cigarro, um cheiro de multidão,
uma trégua alivia meu peito, uma calmaria...
Vejo você em miragens, como uma canção
que me mostra os caminhos que percorri,
só por você, eu sei, que  voltaria.