Cada brasileiro tem dentro de si
Um português, um negro e um guarani.
O luso deu a fibra audaz, arrojadiça.
A fidalguia própria da raça.
O bugre a natureza apática, a preguiça,
O amor à pesca, a inclinação à caça.
Do excesso do carinho e do zelo,
Herdou do africano um coração,
E às vezes também herda no cabelo
Aquela permanente ondulação.
Em harmonia vivem sempre os três:
Enquanto o negro dança , o índio batalha.
E o pobre português trabalha.
Mas ai! Se no esplendor da graça,
Requebrando as ancas em lascivo jogo
Uma mulata passa!
O negro dança!
O bugre pega fogo!
E o português...avança!
Este poema foi publicado no Jornal "O Porciunculense " em 1949.O autor era dado como Anônimo.Suponho que seja de Luiz Peixoto, pelo estilo, mas não conseguí comprovar. Se alguém souber quem é o autor, com certeza, por favor confirme ou informe.É uma pesquisa antiga que eu gostaria de rematar.
Abraços.
Porciúncula é uma bela cidade do norte fluminense.Em casa
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença