CRÔNICA: SIMILARIDADES ENTRE O BRASIL E A GRÉCIA. SIM EXISTEM!

SIMILARIDADES ENTRE O BRASIL E A GRÉCIA. SIM EXISTEM!

Nunca imaginei que erros que eu sempre considerei de um país atrasado e que existiam em nosso fossem ainda encontrados em plena Europa e em um país milenar como a Grécia.

Sempre considerei um absurdo, que felizmente mudou a perto de uma década atrás, o Brasil ainda estendesse o pagamento das aposentadorias para as filhas solteiras de militares.

Ou seja, morria o pai, a pensão passava para a esposa e, no falecimento desta, também as filhas solteiras, que nestes casos nunca casavam legalmente, claro, e continuavam recebendo as pensões dos seus falecidos pais e mães.

Isto vinha desde a Guerra do Paraguai e que, neste caso, foi mais do que justo, pois no evento da morte da pai, provedor de pelo menos 95% das famílias naquela época, causava um mal social e também era uma forma de indenização mais do que justa.

E também se analisarmos que os militares ainda hoje se aposentam com 43 anos, desde que tenham entrado com 18 anos na caserna tendo com isso os 25 anos de casa.

Já há duas décadas a perspectiva de vida dos brasileiros ultrapassa os setenta anos então dá para se ter uma idéia do quanto que saia dos cofres públicos só para a aposentadoria de um único militar e que ia até a segunda geração.

Isto, muito injusto para o restante da sociedade que paga a conta, felizmente hoje já não é mais assim, mas as aposentadorias ao quarenta e três anos ainda continuam que o diga o nosso astronauta, que nem pousou de volta no planeta e já pediu aposentadoria e hoje, além da aposentadoria integral do que recebia na ativa, vive também de palestras.

Traduzindo em economês isto quer dizer que o Brasil pagou por toda a sua formação e quando ele poderia começar a dar retorno ao país, repassando todo o seu conhecimento adquirido, ele simplesmente se aposentou.

Então cabe a pergunta: Por que termos pago por toda esta sua formação se quando na hora do retorno ele simplesmente se aposenta, assim como ocorre com tantos outros?

Ele só fez prevalecer o seu direito, e não tem nada com isso, já que a lei lhe faculta esta possibilidade, mas é imoral o país ainda manter esta distorção.

Eles até poderiam sair dos quarteis quando chegassem a esta idade, mas deveriam ser aproveitados em outras instâncias do governo.

No caso específico do astronauta o Brasil não só perdeu financeiramente mas, principalmente, perdeu em oportunidade de evolução de conhecimentos na área espacial e que poderiam nos beneficiar em diversos outros setores de tecnologia.

E agora me admirei muito quando veio à tona, com esta crise na Europa, que as aposentadorias na Grécia ainda acontecem quando as pessoas completam miseros cinquenta e três anos. E isto estendido para toda a população.

Ora, em um país onde o crescimento demográfico é quase zero, ou seja os jovens que entram no mercado de trabalho é quase igual ao número destes “idosos” não vão suprir nunca as receitas necessárias para o pagamento destas aposentadorias.

Ainda mais em país com dez milhões de habitantes e sem grandes riquezas naturais a não ser o turismo e a prestação de serviço.

Aqui no nosso país felizmente isto só continua acontecendo para os militares, e agora, imagine, se este direito ainda continuasse para toda a população.

Não há economia que agüente e nem país que não quebre.

Se aqui a estimativa de vida já está em volta de setenta e poucos anos imagine na Grécia, que não é um país rico e, neste caso, nem poderia ser, mas é um povo de cultura milenar.

E também não acreditei, quando ouvi, que lá também as filhas solteiras dos policiais militares ainda recebem as aposentadorias dos pais.

Em face disto estou me reciclando nas minhas críticas ao nosso país que, felizmente, andou fazendo bem melhor a lição de casa.

Estamos de parabéns, mas ainda precisamos esperar que essa moleza dos militares de se aposentar com quarenta e três anos acabe para o bem de todos nós, pois isto é e um disparate para qualquer país do mundo.

O direito das aposentadorias tem que irem avançando nas idades na medida em que a perspectiva de vida vai se ampliando.

Se não se fizer isto qualquer país quebra, mas esperar isto da Grécia, ah isto eu nunca esperaria.

A minha auto estima de ser brasileiro, que não para de crescer últimamente, melhorou bem mais.

Em qualquer situação da sua vida procure se lembrar:
'Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de sí mesmo' Roselis von Sass - graal.org.br

HSERPA
© Todos os direitos reservados