Deves ter lá no céu teu acalanto!
És um anjo e aqui tu não podias
Continuar, pois em outras moradias
Já estava guardado o teu recanto!

Tu recebes, no mais sofrido pranto,
De tua mãe a lembrar todos os dias,
O penhor, em singela Ave Marias,
De um amor sublimado, quase santo;

Viverás no mais terno sentimento
Da expressão comovida de lamento
Destes versos sentidos que te fiz...

Eternizada na doce lembrança
De quem sente, na morte da criança,
A passagem tão breve de uma atriz!

 

josé riomar de melo freitas
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