Tormentas.

O mar pujante e severo
Faz-se notado pelo seu eriço,
Dão guarda os velhos marujos
Forasteiros marítimos em desespero
Porque o vento em reboliço
Açoita-lhes como meros intrusos.
 
A tormenta lhes tirou a lua
Fazendo sombras sobre o convés,
Desfraldando as velas em escarcéu
Deixando a Nau quase nua.
O mar roliço vem danoso, de enviés,
Balançando o barco sob um negro véu.
 
Sem o timão rodopia a velha embarcação
Que derivando deixa rude os marinheiros
Jogam blasfêmias sobre as ondas eriçadas.
Embrutecidos e ríspidos renegam até o capitão,
Não há luz das estrelas e nem nos candeeiros
Tudo é motim, sombras, desenganos e solidão.
 
De cima do mastro mestre vem à absolvição,
O marujo guardião brada aos quatro ventos
Dando noticias aos pobres desgraçados, -
Terra a vista, vejo luzes, é uma linda visão,
É o farol da redenção dos desesperados,
Iluminando e aliviando os nossos sofrimentos.
 
Levantam para o céu as mãos forasteiras,
A tormenta numa leve brisa se apresenta
Vai a Nau serena tendo o farol por direção.
O coração de alegria quase não aguenta,
Borrifados pelas ondas frias e desordeiras
Atracam a salvos a Nau e a sua tripulação.

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